domingo, 29 de março de 2009

Esboço de uma filosofia de vida


E por que não?

1 - Busca pela Verdade

Conhecer o mundo, com tudo que ele é, tudo que ele tem para proporcionar... Riquezas, belezas, miséria, pobreza, desafios e aventuras. Provar Do mundo, provar O mundo, entendê-lo. O mundo foi criado para dar certo, então por que ele é assim? Tanta coisa pra salvar, tantos sonhos tão simples não realizados, aprender a dar valor a tudo isso. Busca pela verdade, busca pelo sentimento inabalável, o plano.

"Mais que amor, dinheiro ou fama, dá-me a verdade" (Thoreau)

2 - Compreensão de si mesmo dentro da verdade

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará!"... Liberdade, que palavra é essa? Tanto significado pra uma palavra tão pequena... O sentimento de amor e o sentimento de liberdade, se conseguir conquistar os dois... Esses dois mais incompreensíveis sentimentos, não se entende, apenas se sente... E talvez aí se encontre a perfeita definição de felicidade. Definitivamente não é uma coisa que se possa comprar, é possível apenas procurar, e por vezes, com um pouco de sorte, encontrar. Mas como é possível encontrar o amor e não se machucar com esse mundo? Como é possível encontrar a liberdade vivendo numa prisão? A felicidade, ela tem que ser compartilhada, ela precisa ser compartilhada, não apenas com uma esposa, não apenas com filhos e amigos, ela precisa ser compartilhada com todos. Conhece-te a ti mesmo dentro desse mundo, sinta-se forte, descubra seu próprio potencial, cada pessoa é um agente potencial imenso de ação. Arrisque-se nas coisas que a primeira vista parecem absurdas. Amor e Liberdade essa é a chave!

3 - Sentido da vida

Buscar a Felicidade, esse é o sentido da vida... E se for assim, que sentido faz viver sem isso? Morra por isso se for preciso, pois encontrando o amor, mesmo que aparentemente não se alcance tal felicidade, a felicidade foi conquistada, pois você abriu caminho para outras pessoas, sem pretensões você mostrou a direção a ser seguida. Com amor... Por amor, exerceu o mais profundo ato de liberdade existente.

Uma filosofia tem que ser vivida para ser provada, e provada para ser comprovada, criando um novo estilo de vida, uma nova expressão de pensamento... Um estilo de vida pós-moderno!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Educação Inconsequente

Em geral, desde os dias em que ultrapassei a fronteira com o oceano, defino o Brasil como uma clássica resenha do mundo. Diversos tipos de culturas, belezas naturais de variados tipos, mulheres de praticamente todas as cores, idades e amores (que o diga Martinho), homens também.Variados tipos de climas e florestas e por que não, praticamente todos os tipos de problemas existentes no planeta. Naquele tempo tinha como exceção catástrofes naturais, o que hoje não posso me dar ao luxo de deixar de fora.

Independentemente disso, por onde quer que seja, do Oiapoque ao Chuí, quando a questão lançada é sobre a solução aos problemas tupiniquins, eis que a resposta fundamental surge voraz, sempre seguida de um aceno positivo de cabeça de quem a escuta.

Educação...

Até as crianças, as mais “educadas” já sabem a resposta na ponta da língua. Simples e exata, como a equação de Bháskara.

Porém, separar alhos de bugalhos não é uma missão tão simples assim.

Algumas coisas me intrigam. A educação passada, e repassada nas escolas de alto nível ou não, não parece mais formar cidadãos conscientes no sentido conceitual original da expressão, mas indivíduos inconseqüentes. Embora tenha um dos piores sistemas educacionais do mundo, nossa pátria mãe não pode ser restringida a país de analfabetos, talvez com maior índice de cegos, surdos e mudos, mas será que a educação como ministrada nos grandes centros particulares (tomemos eles como exemplo), seria capaz de modificar as estatísticas?

A esmagadora maioria dos brasileiros que tive oportunidade de encontrar do outro lado do oceano, eram/são pessoas educadas, universitários ou graduados, inclusive cujo sonho de abertura de um grande negócio próprio no Brasil, seria facilmente descartado caso uma oportunidade de fixar residência fora fosse adquirida.
O perfil da casta educada dentro das fronteiras verde-amarelas, não é dos mais animadores. Políticos, advogados, contadores, qual a primeira palavra que lhes vem a cabeça? Ladrões, safados, sonegadores?

O que os privilegiados com educação estão fazendo agora diante desse País?

- Tentando comprar casas e comendo batata frita – poderia ser uma das respostas.

Temos o idealismo de que o povo seria ouvido e não manipulado caso fossem educados, quando na verdade até os educados de hoje são mudos e enganados, quando não falantes e enganadores claro.

Estaria a educação correta?

A fórmula exata talvez seja mais complexa do que possa parecer, com termos reais e imaginários.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Se legalize já

Legalize já, legalize já
Porque uma erva natural não pode te prejudicar (Planet Hemp)

Quem não viu, leu ou ouviu a declaração do Presidente da Bolívia na reunião da cúpula mundial sobre o narcotráfico, falando sobre a planta de coca.
- Se for errado, que me prendam – Declarou ele.
Cultura, objetivos terapêuticos, esses foram os motivos apresentados para a declaração contra a proibição da plantação, embora seja fato que as consequências do tráfico, e o uso que vicia da cocaína ou até do crack, seja desastroso.

- Mas eu sou o presidente – falaria o cocaleiro para o capitão nascimento.
- Ah, você pode então – Escutaria ele levando uma mãozada no pé do ouvido.

Lembro da época em que li pela primeira vez o famoso discurso de Luther King (disponível na seção Discursos e retórica), “I have a Dream”, lembro de pessoas que acreditavam na mesma coisa, manifestações escolares pelo passe livre para estudantes parecia ser só o início da construção daquele ideal. A idéia do comunismo era bastante presente naquela época também, embora o comunismo declarado nunca parecesse com o marxista, leninista ou qualquer ista que possa ter aparecido por aí. Mas o poderoso mundo idealizado por Luther King nunca chegou perto de acontecer, batalhas foram ganhas é verdade, mas a guerra está realmente longe do fim. E o que vejo hoje é a desilusão daqueles mesmos estudantes que outrora saíam em passeata pelas ruas, se voltando contra suas antigas visões idealistas tornando-se narcisistas aspiradores de oba oba. Pararam de acreditar que o mundo pode ser feito melhor e se fixaram em seus próprios interesses profissionais e de evolução material.

- Esta é a nossa cultura – diz um deles.
- de idiotas – eu completo

Muitos dos nossos conceitos, e também a maioria dos preconceitos são fundamentados na nossa cultura. Somos levados até a justificar nossas maiores imbecilidades pela cultura. Como por exemplo, a cultura do desperdício, ou a cultura da vantagem eterna. Falando de preconceitos desconfiamos dos negros na rua, o mal vestido não tem opinião, aliás o nosso presidente fala errado, como pode governar um país?

Ditadora de ações e influenciadora de sentimentos e vontades, para os que se apoiam na “cultura” como resposta, três palavras, se legalize já. A cultura não deve criar o homem e sim o homem a cultura. É preciso ser forte para dizer que se uma cultura não serve, não interessa ficar com ela, bem melhor criar uma própria, mesmo que vá de encontro com a cultura vigente.

Agora, quando falo para as pessoas daquele tempo que ainda é possivel mudar, ainda há esperança, eles geralmente sorriem e taxam-me como um adolescente sem responsabilidades, embora eu nem seja fã do planet hemp.

Se Legalize Já!

sexta-feira, 6 de março de 2009

A droga da sociedade

Sentado na calçada, mirando o infinito, as pessoas passam a minha frente, ao meu lado, desapercebidas, como se nada ocupasse aquele espaço em que estou. Talvez eu não exista, sentem o meu cheiro e viram o rosto, ou talvez seja apenas um animal.

Com a dignidade que me resta por escolhas que nunca fiz, apenas fito o horizonte. Existirá algo além? Sou eu um prisioneiro ou um foragido?

Me dou conta que todo mundo é prisioneiro e foragido.

Ei, espera um minuto, aquela criança... Aquela criança está sorrindo em minha direção. Mas não há ninguem mais aqui. Ensaio um sorriso como resposta. Talvez eu exista... Obrigado criança...

Oh não, consigo perceber o perigo, será que ninguem mais vê? Está se aproximando da criança. Tento reunir todas as forças que tenho, talvez seja o bastante para cruzar o oceano da inexistencia, me coloco de pé e utilizo todo o ar que possuo, da minha garganta um grito desesperado se faz ouvir. Cuidado... Cuidado criança com a droga da sociedade.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Os tempos mudam, e o comércio também

- Uma das melhores formas de ganhar dinheiro hoje em dia? Exportar gatos, sem dúvida.

Qual não foi a minha surpresa ao ouvir essa resposta de um amigo mais velho há 10 anos atrás quando fiz aquela pergunta. Mesmo criança, já um pouco cético e desconfiado, achei a resposta tão ridícula que caí no chão de tanto dar risada e nunca me propus a pesquisar sobre isso (Talvez um erro). O caso é, por mais ridículo que possa parecer, e nada engraçado, a resposta que chego hoje àquela mesma pergunta realizada há 10 anos atrás é: Traficar pessoas.

"Brincar" com a vida das pessoas é sem dúvida uma das atividades mais rentáveis no mundo pós-moderno (não me perguntem por que chamam assim). Em dados coletados em mais de 155 países, onde 125 são membros do protocolo contra o tráfico de pessoas, a ONU lançou no último dia 12 o relatório global sobre essa atividade, e o resultado é a confirmação do clichê de pensamento exposto por qualquer pessoa, educada ou não. Exploração sexual, trabalho escravo, crianças utilizadas em guerras, sem contar as formas indiretas de "brincadeira" como drogas e armas, fazem parte das mil e uma utilidades do produto vendido. Segundo a ONU, só na Europa Ocidental estimava-se que há 5 anos atrás o mercado de mulheres, crianças ou não, movimentava cerca de 7 bilhões de dólares por ano1. Bastante? Imagine quanto dessa atividade não é detectada e documentada.

Por mais que pensemos que tal mercado corre à margem das ruas que passamos rotineiramente, de forma inevitável como uma teoria do caos, o revoar de uma borboleta no Japão sempre causará tufões por aqui.

A indústria do tráfico se alimenta inexorávelmente de duas fontes aparentemente renováveis no nosso planeta, as desigualdades entre os diferentes mundos e o desejo inerente ao ser humano de querer melhorar sua própria condição. Além disso é um agente em potencial na manutenção e crescimento de tais fontes, e não estando no topo da cadeia econômica somos, portanto, alvos de casos como o do italiano pego no flagra com 5 crianças em um motel baiano... Estatísticas alarmantes fazem parte da nossa realidade como por exemplo: 1 a cada 3 prostitutas na Espanha é brasileira, na sua maioria traficada como mercadoria de entretenimento. Sem falar nas coisas como andam aqui na nossa própria casa (assunto pra um outro tópico).

Deitado em berço esplêndido, quem não critica? Porém, quem se importa?

Passeando com os amigos, se por acaso veres algum anúncio na rua sobre venda de pessoas, não se supreenda, talvez até tenham diferenciação de preço por nacionalidade ou cor, seria a globalização?
Talvez exportar gatos já não pareça tão ridículo assim.

(1) "Trafficking of women and children in south east Asia", UN Chronicle online, issue 2, 2003. 5 US Departament of State, Trafficking in Persons Report, 2003.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Começando pelo inicio

Como indicado na descrição da página e explicando melhor o conteúdo que será escrito, os ensaios de liberdade são muito mais que junções de palavras aleatórias ou expressões de efeito, mais do que pensamentos egocêntricos ou guias informativos. Não são diários, ou mesmo cantos agonizantes de uma alma solitária como alguns blogs gostam de se idealizar por aí. São apenas sonhos pintados em quadros transparentes, artigos que expressam pensamentos sobre o cotidiano, talvez igual, talvez diferentes da sua experiência própria, só o tempo e as discussões irão dizer, porém inevitavelmente escrito com o toque da minha singularidade natural, e interpretado com o braço forte do teu ângulo de visão do mundo, resumindo, um aprendizado mútuo.
Desbravando o óbvio podemos enxergar melhor a nossa própria ignorância (E quem que quer isso?), alcançando tal objetivo estaremos mais abertos para o conhecimento sem pré-conceitos, apenas conhecimento. (Resposta: A pergunta correta é - Quem tem coragem pra isso?) ;D